sábado, 15 de maio de 2010

DILMANDELA, A FARSA. POR AUGUSTO NUNES

A comparação que estuprou a verdade é um insulto a Mandela

O presidente Lula precisou de duas frases e uma comparação infamante para afrontar a Justiça Eleitoral, escancarar a própria indigência intelectual e assassinar a verdade: “Uma parte da história da Dilma me lembra muito a do Mandela”, disse no programa ilegal do PT. “Uma vez o Mandela me disse que só foi para o confronto quando não deram outra saída para ele”. O estupro da História foi chancelado pela candidata que mente como quem respira: “Eu lutei, sim. Pela liberdade, pela democracia”.

A comparação é mais que uma impostura atrevida, é mais que outro estelionato eleitoreiro. É um insulto ao homem que redesenhou o destino da África do Sul. Nelson Mandela lutou pelo fim do apartheid, pela restauração da liberdade e pelo nascimento do regime democrático. Dilma Rousseff serviu a grupos radicais que queriam trocar a ditadura militar pela ditadura comunista. Ele aceitou o confronto depois de propor todas as soluções pacíficas possíveis. Ela aderiu à luta armada em 1967, um ano antes da decretação do AI-5.

Mandela protagonizou combates reais. Dilma não passou de figurante em assaltos a bancos e cofres particulares. Ele ficou preso 27 anos por liderar a imensa maioria negra. Ela ficou três anos na cadeia por obedecer a extremistas ignorados pelo povo. Mandela venceu. Dilma perdeu. A ditadura militar foi derrotada pela resistência democrática de que jamais participou.

Mandela chegou ao poder pela vontade popular. Dilma, que nunca disputou nem eleição de síndico, é fruto da vontade de Lula. Ele negociou com os carcereiros brancos a extinção do apartheid. Ela despreza os democratas que negociaram a anistia de que foi beneficiária e declara guerra a todos os oposicionistas. Mandela é um grande orador, um líder vocacional e um político sedutor. Dilma não diz coisa com coisa, faz tudo o que manda o mestre e tem a simpatia de um poste.

Nelson Mandela é um estadista. Dilma Rousseff é uma farsa.






CONFUSÃO PRO LADO DE ALOYSIO NUNES FERREIRA

O 'homem-bomba' do tucano Aloysio Nunes

Fernando Mello e Marina Dias - Veja

Como diretor de Engenharia do Dersa, Paulo Vieira de Souza, também conhecido pelo apelido de Paulo Preto, foi responsável pelas grandes obras viárias do governo de São Paulo nos últimos três anos. Seu trabalho lhe rendeu, em dezembro de 2009, o prêmio de profissional do ano do Instituto de Engenharia de São Paulo. Em 1º de abril deste ano, ele festejou a inauguração do trecho sul do Rodoanel. Oito dias depois, no entanto, foi demitido de seu cargo. A decisão da cúpula da Dersa foi unânime. A nota no Diário Oficial, publicada no dia 21 de abril, não informa a causa da exoneração – e a assessoria de imprensa da empresa afirma apenas que foi uma "decisão de governo". Mas razões extra-oficiais não faltam. Vieira de Souza aparece em uma série de documentos apreendidos pela Polícia Federal na Operação Castelo de Areia, que investigou a empreiteira Camargo Corrêa entre 2008 e 2009. Pelo menos quatro desses documentos, obtidos com exclusividade por VEJA.com, trazem indícios de que o engenheiro era destinatário de propinas da construtora. Um dos papéis mostra quatro pagamentos mensais de 416.500 reais, com data inicial de 20 de dezembro de 2007. A Castelo de Areia foi suspensa, em janeiro deste ano, por uma liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Vieira de Souza, estranhamente, não foi indiciado na primeira fase da operação, e talvez nunca venha a ser. Mas, em ano eleitoral, tornou-se um "homem-bomba".



Ele tem estreitas ligações políticas e pessoais com Aloysio Nunes Ferreira Filho, ex-secretário da Casa Civil de São Paulo e candidato do PSDB-SP ao Senado. Vieira de Souza e Aloysio se conhecem há mais de 20 anos. Quando, no ano passado, o tucano sonhou em ser o candidato de seu partido ao governo de São Paulo, Vieira de Souza foi apresentado como seu "interlocutor" junto ao empresariado. A proximidade entre os dois é tão grande que a família dele contribuiu para que o ex-secretário comprasse seu apartamento. A filha do engenheiro, a advogada Priscila Arana de Souza, e sua mãe, Ruth de Souza, fizeram um empréstimo de 300.000 reais ao tucano — dos quais a advogada arcou com 250.000 reais, conforme revelou o jornal Folha de S. Paulo em dezembro. "A filha dele me emprestou um dinheiro para eu comprar um imóvel, pois eu queria fechar negócio e não podia esperar sair o financiamento do banco. Paguei à Priscila no ano passado mesmo, em três ou quatro prestações. Tenho meus cheques todos registrados. Está tudo correto e documentado", diz Aloysio.

Na versão de Aloysio, a demissão do amigo Vieira de Souza até parece voluntária. "Ele pretendia deixar o governo após a inauguração do Rodoanel", diz. "Foi inaugurado e ele saiu." Souza é mais duro ao falar do assunto. Atribui a demissão a atritos causados pelo seu estilo de trabalho, de dura cobrança de prazos. "Sempre disse que o Rodoanel tinha dia e hora para acabar. E isso incomoda", afirma. "Mas não importa. O Brasil inteiro sabe que o protagonista do Rodoanel fui eu. Não faz diferença se estou dentro ou fora do governo." O engenheiro rebate a tese de que sua exoneração poderia estar ligada às investigações sobre a Camargo Corrêa. "Não tem nada contra mim na Operação", diz ele.


Versão completa da matéria na Revista Veja.


GENTE QUE MENTE: NEM OS CUMPANHEIROS AGUENTAM

Dilma não criou o Luz para Todos, diz colaborador do PT

Folha Online

Os coordenadores da área energética do programa de governo do então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 rejeitam a versão contada por Lula na noite de quinta-feira, no programa de TV do PT, sobre o surgimento do Luz para Todos.

Lula atribuiu a ideia a Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia e hoje pré-candidata petista ao Planalto, e deu a entender que ela ocorreu depois de ele estar eleito. "Uma das coisas que me impressionaram foi o dia em que Dilma entrou na minha sala me propondo a ideia do Luz pra Todos", afirmou Lula na TV. Luiz Pinguelli Rosa e Ildo Sauer, coordenadores da área energética do plano de governo petista, afirmam que a ideia já estava nos programas de Lula desde 1989. Em 2002, era chamado de Universalização do Acesso à Energia.

Segundo Pinguelli, que coordenou os programas energéticos de Lula entre 1989 e 2002, o plano em 2002 já era o de criar um programa para universalizar o acesso à energia, com o governo pagando os custos da chegada da rede até a casa.

Já no governo Lula, Pinguelli lembra de documentos que usavam o nome Escuridão Zero para o programa, em clara referência a outro projeto do governo à época, o Fome Zero. "Não dá para reinventar a história nem mentir", diz Sauer. Lançado por FHC e parcialmente financiado por fundos federais abastecidos por contas de energia, o Luz no Campo apontava a universalização em 2015, o que foi antecipado pelo Luz para Todos para 2008.

Na prática, pode-se dizer que o programa está na mesma situação do Bolsa Família em relação ao governo tucano: foram criados por Lula, mas baseados, ao menos em parte, em ações anteriores, como Luz no Campo e Bolsa Alimentação. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, afirmou ontem em nota que a paternidade do programa é do PSDB.